Eu ainda não sou emigrante... mas decidi contar um bocadinho de como se vive a Páscoa na minha terra.
A Páscoa é uma festa cristã e em Braga isso não passa ao lado. Há procissões e turistas.
No domingo de Páscoa, lá na minha aldeia, passa o Compasso Pascal e é uma correria. A manhã é passada a colher as flores para marcar o tapete que assinala que a porta da casa está aberta, a encher a mesa de comida e bebida e a correr de um lado para o outro. A minha família costuma participar activamente, ou abrindo as portas, ou como parte da "equipa" do compasso.
Esta é a parte religiosa.
Depois há a festa pagã. Em Viatodos, na minha terra, o fim de semana de Páscoa é também a grandiosa Feira da Isabelinha. São as festas de Viatodos que nada têm a ver com um/a padroeiro/a ou uma festa cristã. A única ligação é estar marcada pela tradição para o fim de semana da Páscoa.
Começou como uma feira semanal numa 2.a feira de Páscoa em 1907, transformou-se numa feira franca para venda de gado com animação como a corrida de cavalos e fogo de artíficio que ainda hoje são as grandes atracções da festa. Continuam a aparecer milhares de pessoas para ver a corrida de cavalos, e não estou a exagerar! Chama-se "Feira da Isabelinha" em homenagem a uma senhora chamada Isabel, dona de uma estalagem em Viatodos e que todos conheciam pela sua simpatia e hospitalidade.
Os tempos aureos já lá vão, onde as ruas da freguesia se enchiam de luzes e cor. Mas a festa continua, com mais ou menos dinheiro, com chuva ou com sol.
Tradicionalmente eram os rapazes recém-casados que integravam a comissão de festas. Os tempos mudaram e agora é quem tem vontade de não deixar a festa morrer. A comissão de festas deste ano foi especialmente activa, inspiraram pela luta que fizeram durante o ano com montes de actividades diferentes para as gentes da freguesia. Não só angariaram dinheiro para a festa mas sobretudo dinamizaram a freguesia.
Este ano foram os The Gift que encheram o cartaz, e a festa sempre trouxe grandes artistas nacionais, entre ranchos, musica popular e outras atrações :)
Não faltam claro os carrocéis e carrinhos de choque, os "barraqueiros" e as barraquinhas de comida.
A escola também abre as portas para mostrar os trabalhos dos alunos.
Mas como diz a minha avó "passou o dia, passou a romaria", e há que voltar ao trabalho!
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